Terça-feira, 30.11.10

Inteligência emocional (expressar os sentimentos de alegria, tristeza, zanga ou medo…)

 

Por Filomena Santos Silva

Todas as crianças, em maior ou menor grau, já se zangaram. A zanga é saudável, é uma forma de expressarmos os nossos sentimentos negativos. Zangar-se é fácil. Saber zangar-se é difícil!

“O Miguel, com três anos de idade estava a brincar com um carro azul e a Teresa, assim que conseguiu, tirou-lho da mão e fugiu. O Miguel começou a chorar e correu atrás dela, empurrando-a.” Qualquer pessoa que assistisse a esta situação não poderia deixar de compreender o Miguel. Com efeito, este ficou legitimamente zangado e nós, enquanto adultos, devemos aceitar este sentimento de zanga. O que não podemos é aceitar o comportamento que lhe foi associado.

Poderíamos chamar o Miguel e dizer-lhe: “Deves estar muito zangado e tens toda a razão para isso; mas isso não te dá o direito de empurrares a Teresa; que é que achas que podes fazer para a próxima vez que isto acontecer?” Esta atitude irá ajudar o Miguel a desenvolver a sua inteligência emocional.

Actualmente a educação não se baseia unicamente nos processos intelectuais, pondo grande ênfase na educação emocional. O psicólogo Daniel Goleman, no seu livro “Inteligência Emocional”, refere que esta é a principal responsável pelo sucesso ou insucesso das pessoas. Empiricamente, todos sabíamos que a falta de motivação para uma tarefa ou a falta de confiança nas próprias capacidades intelectuais eram o suficiente para afectar o desempenho da tarefa. A novidade de Goleman foi ter provado o suporte neurofisiológico dessa ligação entre a cabeça e o coração (isto é, entre as capacidades pensadoras do neocórtex e a amígdala, órgão muito bem escondido no complexo sistema que controla as emoções).

A criança, desde que começa a frequentar a creche ou o jardim-de-infância vive em grupo; numa fase em que ainda é muito egocêntrica tem de partilhar os adultos, o espaço e os brinquedos com todo um grupo de crianças. As suas emoções são ainda muito primárias, e, se a ajudarmos a lidar com os diversos sentimentos estamos a contribuir para a sua estabilidade emocional e consequente capacidade para ser feliz. Desenvolver a inteligência emocional é estimular na criança as capacidades de confiança, curiosidade, intencionalidade, autocontrolo, capacidade de se relacionar, capacidade de comunicar e cooperação.

Nesta perspectiva, pais e educadores devem aproveitar todas as oportunidades do dia-a-dia para desenvolver a Inteligência Emocional nas crianças. De nada serve ter um Quociente de Inteligência (QI) muito elevado se o QE (Quociente de Inteligência Emocional) for muito baixo. Todos conhecemos casos de crianças extremamente inteligentes mas que, por não conseguirem lidar com as suas emoções, não confiam nas suas capacidades e não respondem adequadamente às solicitações do meio ambiente. Ser emocionalmente inteligente é “usar o QI” para se perceber, a si e aos outros, para bem gerir os seus talentos e aprender com os fracassos.

O mais optimista dos princípios em relação à inteligência emocional é que não é uma competência exclusivamente inata. Quanto mais adequada for a educação, maior será o nível de inteligência emocional. O fundamental é que os conceitos envolvidos na inteligência emocional sejam compreendidos e postos em prática desde que a criança nasce e se começa a construir como um ser cada vez mais independente. Saber zangar-se, saber criar as próprias motivações, controlar o medo e a ansiedade, saber se o medo que sentimos resulta de um perigo real e por isso devemos evitar enfrentá-lo, ou se, pelo contrário, é apenas um obstáculo a ultrapassar; saber reconhecer as oportunidades - as boas e as más; saber adaptar-se às realidades culturais e sociais do seu país, enfim, saber viver.

Aprender a lidar com as emoções…
…é aceitar o sentimento (alegre, triste, zangado, assustado), mas não o comportamento

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Terça-feira, 23.11.10

A criança tímida

 

Por Thaís H. Delboni, Psicóloga, psicoterapeuta, formadora e especialista em terapia floral NuMi - Núcleo de Medicinas Integradas: www.numi.com.pt

A timidez é uma característica pessoal que deve ser compreendida, aceite e respeitada por todos. A orientação de pais e educadores é importante para que a criança se sinta melhor consigo própria e em sociedade. Saiba como agir!

A timidez é uma característica da personalidade. Não é uma doença e tão-pouco caracteriza um desvio de comportamento. A criança tímida apresenta dificuldades em lidar com situações sociais em que tenha de interagir com um grupo de pessoas, ou até mesmo com um único indivíduo.

O sofrimento emocional é tão grande que pode haver uma série de alterações orgânicas, que se manifestam em reacções tais como: aceleração do batimento cardíaco, sudorese excessiva nas axilas ou nas mãos, ou ainda não conseguir olhar nos olhos dos outros. Ou seja, a criança tímida apresenta um padrão de comportamento onde não consegue lidar com situações do quotidiano, como uma simples conversa, brincadeiras em grupo, ou compartilhar momentos agradáveis com amigos e familiares. Entretanto, trata-se apenas de uma característica pessoal, que deve ser compreendida, aceite e respeitada. A intervenção paterna só deve ocorrer quando essa característica começar a atrapalhar a vida da criança, ou seja, quando ela permanecer isolada, sem amigos, com medo de se expor na escola e em reuniões sociais/familiares.

Quando uma criança é tímida, isso significa, na maioria das vezes, que ela exige demais de si própria e tem medo de cometer erros… - o que pode ser consequência de pais muito exigentes e perfeccionistas na educação dos filhos… Assim, a criança vive num grande sofrimento, pois não consegue estabelecer um vínculo afectivo com outras pessoas, o que a leva a sentir-se solitária e distante dos outros. Acaba por ficar na dependência de que os outros se aproximem dela, pois não tem coragem para fazer o contrário. Normalmente, estas crianças respondem às outras de cabeça baixa e em tom de voz muito baixo.

Algumas crianças parecem ser tímidas no primeiro contacto, mas apenas necessitam de um tempo maior para observarem o interlocutor e poderem concluir que não se sentem ameaçadas na sua presença. A partir daí, o relacionamento é natural. Em alguns casos a timidez ocorre somente na presença de adultos, o que demonstra que a criança se sente “vulnerável” diante de pessoas mais velhas. Nestes casos é importante observar como as relações familiares se estabelecem, para poder identificar quais as atitudes dos pais, familiares ou educadores que estão a intimidá-la e, consequentemente, a fazê-la retrair-se.

Prepare-a para conviver bem com o Mundo!
Nos primeiros anos de vida, a presença e o convívio com irmãos, primos e amigos é muito importante no processo de socialização. É fundamental que a criança se sinta segura e protegida nas suas relações interpessoais, para que no futuro já esteja mais acostumada ao convívio. Possibilitar o contacto com outras crianças - de preferência da mesma faixa etária –, em creches, infantários, aulas de natação com as mamãs e os bebés e concertos musicais para os pequeninos são boas opções.

Quando chegar a hora de ir pela primeira vez à escola, ajude-a a superar as dificuldades iniciais, mantendo-se ao lado dela, de mãos dadas. Apresente-lhe os educadores – os quais por sua vez lhe deverão apresentar alguns coleguinhas -, mas não a exponha em público diante de todos, pois isso fará com que ela se retraia imediatamente. Permita-lhe o tempo que precisar para explorar – com os olhos, claro! – o ambiente. Peça aos educadores que a coloquem sentada perto de crianças calmas e não invasoras, de forma a que ela se sinta mais segura. Diga-lhe que estará por perto se ela precisar, mas fora da sala/escola e, calmamente, saia. Aos poucos a criança irá “soltar-se”…

Como ajudar a criança
- Convide-a a participar das tarefas da casa consigo ou com os irmãos: lavar as frutas, colocar/recolher as roupas no estendal, ir buscar a correspondência, etc.

- Quando saírem, incentive-a, mantendo-se sempre ao lado dela, a perguntar preços ou a pedir informações.

- Fale com os professores para que também possam ajudá-lo no trabalho com o seu filho.

- Não espere que a sua criança seja a mais popular da escola e não faça comparações com outras crianças. Cada indivíduo é único!

- Fale com entusiasmo de brincadeiras em grupo e estimule a criança convidar os amiguinhos para irem a sua casa brincar.

- Apresente-lhe a possibilidade de realizar actividades interessantes fora da escola e incentive-a a participar.

- Lembrem-se: as atitudes devem partir dela. O educador deverá apenas sugerir e orientar, tendo o cuidado de não se tornar uma fonte de stress para a criança.

- Em primeiro lugar, lembrem-se sempre de que o diálogo é o mais importante em qualquer situação.

- Não digam, à frente dos outros membros da família, das pessoas do seu convívio ou dos coleguinhas da sala de aula que a criança é introvertida, tímida, ou que tem dificuldades em relacionar-se, pois isso só irá agravar a situação e fazer com que ela se retraia ainda mais.

- Falem sobre o prazer de um beijo dado com carinho ou de um xi-coração apertadinho, mas NUNCA exijam que ela dê beijos ou abraços. Diante de outras pessoas perguntem-lhe se gostaria de dar um beijo ou um abraço, mas respeitem se a resposta for negativa. ENTRETANTO, expliquem-lhe que cumprimentar as pessoas com um “olá”, dizer “por favor” e “obrigada”, não são negociáveis, são atitudes educadas e que devem existir sempre.

- Ensinem-na a ser autónoma nas coisas que lhe são possíveis, tais como alimentar-se sozinha, vestir-se, calçar os sapatos, escovar os dentes, etc.

- Incentivem sempre a criança, mesmo que, pelos vossos critérios, o desenho, a roupa, ou a música, não estejam tão bem como julgam ser correcto…


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Terça-feira, 16.11.10

A importância do Amor na Primeira Infância

 

Por Thais Delboni, psicóloga e terapeuta floral

A experiência tem demonstrado que o amor é capaz de operar verdadeiros milagres. Os relacionamentos afectivos saudáveis são comprovadamente o “remédio” mais eficaz para o bem-estar físico, mental e emocional de todos os seres humanos, independentemente da idade que as pessoas tenham

É na chamada Primeira Infância – a qual compreende as idades entre o nascimento e os 6 anos de idade – que um bom relacionamento afectivo é fundamental, pois é neste período das nossas vidas que estruturamos o que serão os alicerces da nossa personalidade. Assim, o afecto recebido e trocado ajudar-nos-á a consolidar sentimentos como o amor, a segurança emocional, a compaixão, a amizade, e valores como a solidariedade, a lealdade, etc., “aprendendo” deste modo a ser pessoas mais tranquilas, serenas e felizes.
Um bom exemplo são os bebés prematuros que são deixados em incubadoras, mas sem a presença da mãe. Essas crianças não crescem como deveriam e por vezes até demoram a receber alta devido a vários problemas de saúde que não conseguem superar. Por isso, cada vez mais hospitais requerem a presença dos pais durante várias horas por dia junto dos seus bebés, já que esta é a melhor forma de os estimular afectivamente, ajudando-os, assim, a superar essa difícil fase das suas vidas.
Quando lidamos com crianças é importantíssimo que o façamos com amor. Esses pequenos seres são bastante sensíveis e capazes de perceber quando não os estimamos, ressentindo-se com isso e reagindo muitas vezes de formas agressivas e/ou mal-educadas. Um carinho, um beijo, são bem mais eficazes do que horas de “guerra”.

Como resultam os mimos em cada fase
Sem esquecer que os ganhos são cumulativos:

0 a 1 ano: fazem com que a criança se sinta segura, aconchegada e desejada pela família. Ajudam na alimentação e no sono.

1 a 2 anos: ensinam a importância do toque, carinho e respeito nos relacionamentos.
São fundamentais na hora dos primeiros passos e primeiros tombos.

2 a 3 anos: estimulam a expressão alegre e confiante junto aos outros.

3 a 4 anos: facilitam a integração social e o estabelecimento das primeiras amizades.

4 a 5 anos: estimulam a autoconfiança e o amor-próprio.

5 a 6 anos: propiciam uma melhor compreensão sobre os conceitos de solidariedade e compaixão.

Dar amor não tem limites.
O afecto é sempre bem-vindo, tanto para os miúdos como para os graúdos. Estudos recentes concluem que colo e mimos só fazem bem na formação do carácter e da personalidade. O carinho é importante para que desde cedo possamos perceber que não estamos sozinhos e, deste modo, “desligar” a resposta crónica ao stress. Quando aprendemos isso na infância, continuamos a beneficiar da acção anti-stressante dos mimos também na vida adulta.

Crianças acariciadas são menos stressadas e ansiosas. Mas, atenção! Não confunda mimos com o acto contínuo de dar presentes e outros bens materiais. Infelizmente, adultos com dificuldades para expressarem seu afecto através de palavras e gestos tendem a compensar essa limitação, satisfazendo todos os desejos (e não necessidades) materiais dos filhos. Isso não é amor… E a prova é que estas crianças não dão a coisa alguma o seu real valor, tornando-se, em geral, adultos materialistas e consumistas.
Outro aspecto importante é lembrar que colo e mimos não significam ausência de limites… Pode perfeitamente encher-se uma criança de beijos e afagos e dizer-lhe “não” nas situações em que seja necessário. Isso também é amor! Ensinar que a vida nem sempre nos dá tudo o que desejamos e preparar a criança para as inevitáveis frustrações da vida é uma das mais difíceis e incompreendidas formas de amor... Mas é fundamental para o crescimento de pessoas emocionalmente saudáveis!

Quando falta o carinho… atenção aos sinais!
Entretanto, quando falta o carinho e a atenção, as consequências podem ser muito prejudiciais às crianças. Sintomas como inapetência ou fome exagerada, medo do escuro, de dormir sozinho, dores de cabeça ou de barriga, agressividade, choros inexplicáveis, brigas na escola, ansiedade, são alguns exemplos típicos da carência afectiva. Se a criança não consegue exprimir as suas necessidades afectivas, passa a fazê-lo pela negativa, isto é, chama a atenção da família e dos educadores pelo comportamento inadequado ou pela doença física. Nesses casos, nada melhor do que conversar e procurar descobrir o que está a fazer falta a esse pequeno ser. Caso ele ainda não seja capaz de uma conversa, beijos e abraços nunca são de mais…

O que não deve fazer
- Dar presentes por bom comportamento (comportar-se bem é o mínimo que se espera de alguém que vive em sociedade);
- Exigir que a criança beije ou abrace alguém de quem ela não gosta (todos temos as nossas simpatias e antipatias; as crianças também… Respeite-as!);
- Dar mimos sem vontade (a criança é um ser muito sensível e percebe na hora qual é o seu estado de espírito… Portanto, não a engane, não é justo! Dê apenas o que está, de facto, a sentir).

Ria! Sorria!
Esta é uma das melhores formas de se estar junto de alguém. Além disso torna os relacionamentos mais divertidos e leves, e faz com que as pessoas estejam sempre bem-humoradas e disponíveis. Segundo o psicólogo Paul Ekman, especialista e pioneiro no estudo das emoções, adoptar a expressão facial de uma emoção basta para produzir no corpo as alterações fisico-emocionais a ela associadas. Ver alguém sorrir também proporciona um efeito idêntico, pois activa as mesmas áreas do cérebro que são estimuladas quando nós próprios sorrimos.

Nas famílias monoparentais
Quem fica com a criança tende a exagerar no amor a dar para compensar a ausência do outro. Mas não é a quantidade de tempo dispensada o que mais importa nas relações afectivas, mas sim a qualidade, a veracidade da relação, a transparência das intenções e, principalmente, a capacidade de perceber esse pequenino ser, respeitando as suas necessidades e a sua forma de ser.
Se a convivência com o filho/a não é prioritária na vida de um dos pais, é melhor não exigir a sua presença e atenção, pois visitas forçadas e apenas de “corpo presente”, em vez de contribuírem para a saúde emocional da criança servem apenas para aumentar os seus sentimentos de baixa auto-estima e rejeição. Mesmo tendo pouco tempo é possível dar-lhes o amor de que necessitam: com alma, coração e razão.

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Sexta-feira, 20.08.10

O(s) sonho(s) comanda(m) a minha vida

 

 

 

 

“Como escreveu o poeta Sebastião da Gama. É o sonho que comanda a vida, como escreveu outro poeta. Na verdade é o sonho que nos guia e é pelo sonho que, muitas vezes, conquistamos mais do que aquilo que nos imaginávamos capazes. Sonhar é bom. Faz bem à alma, alimenta o espírito e dá cor aos dias. Sonhar é um direito universal e, diria mesmo, um dever de todos nós. Faz falta sonhar. Uma pessoa incapaz de sonhar é como um jardim onde as flores não conseguem crescer.

(…)

Sonhar com dias melhores, com outra vida, uma viagem, um amor ou o que quer que seja é uma maneira de gostar mais de nós próprios e dos outros. Sonhar é quase sinónimo de acreditar e quem acredita, consegue. Quem procura encontra.

(…)

Não há, por isso, que ter medo de sonhar. Aquilo que estiver cá para nós, há-de vir parar às nossas mãos enquanto aquilo que desejamos em excesso nos há-de escapar sempre, até percebermos que estamos a sonhar errado. Assim sendo e sem presunção mas com muita convicção, atrevo-me a fazer minhas as palavras de Sebastião da Gama. É pelo sonho que vamos!”

 

Laurinda Alves in, Ideias para pensar

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Sexta-feira, 06.08.10

Férias em Família

Encontrei um texto do doutor em Educação João Luís Almeida Machado sobre a importância das férias em família. Abaixo, reproduzo a mensagem. Pensem e tenham grandes ideias sobre as férias!!

 

“Não foram poucas as vezes em que ouvi os pais se lamentando em função da chegada das férias. Nada poderia ser mais desanimador para as crianças do que saber que seu pai e sua mãe não ‘curtem’ a possibilidade de todos estarem juntos durante períodos mais longos de tempo. As férias existem também para isso, para estreitar os laços familiares, aproximar pais e filhos, criar espaços de diálogo e definir uma verdadeira amizade. O tempo passa rapidamente e não percebemos isso. De repente, as crianças se tornam adolescentes, estão às vésperas de exames vestibulares e, finalmente, decolam para seus vôos particulares. Quando abrimos os olhos e percebemos a forma como o tempo se esvai, ficamos nos lamentando dos momentos que não vivemos, das emoções que não extravasamos, dos beijos e abraços que não demos. Ser pai e mãe envolve cobranças, castigos, puxões de orelha e regras. Temos que cobrar disciplina de nossos filhos para que eles possam se adaptar aos rigores do mundo em que vivemos. Entretanto, temos que perceber a necessidade de uma presença mais participativa e carinhosa nessa relação entre pais e filhos. Brincar com os filhos em casa, ler histórias, assistir desenhos animados, desenhar, pintar e tantas outras atividades aumentam a cumplicidade e estimulam a amizade e a sinceridade entre pais e filhos. Férias em família podem ser um momento de intensa união, de programas conjuntos, de solidariedade e diversão. É um tempo sem igual, que bem aproveitado pode ser relembrado ao longo de toda a vida. E não é necessário fazer estragos no orçamento doméstico para conseguir isso. Pelo contrário, as melhores fórmulas são justamente as mais simples e baratas. Aquelas que envolvem principalmente a participação, a presença dos pais, são muito mais valiosas do que qualquer uma que envolva investimentos mais altos. Uma volta de bicicleta na praça, uma visita ao clube, brincar com carrinhos ou bonecas na sala de casa, ler histórias infantis e revistas em quadrinhos, montar quebra-cabeças ou mesmo se divertir visitando algum museu ou exposição podem ser ótimos programas aos olhos de nossos filhos. É justamente por esse motivo que fico indignado quando escuto as lamúrias dos pais quanto a esses meses de férias. As crianças em casa passaram a ser vistas como problema ou então como gastos adicionais. A geladeira precisa estar constantemente abastecida, é necessário agendar passeios caros, a insatisfação dos filhos parece sempre ser maior do que o contentamento, eles parecem estar o tempo todo nos nossos pés pedindo alguma coisa. Não encarem as férias dessa maneira. Revertam essas expectativas. Pensem nas boas alternativas que se apresentam a partir dessa fortuita reunião familiar. Façam uma pesquisa das alternativas existentes em sua cidade ou região. Há muitos programas gratuitos ou baratos. Tornem a estadia em sua própria casa uma lembrança das mais agradáveis. Se os filhos forem crianças, vocês podem relembrar brincadeiras de seu tempo de infância que provavelmente desconhecem, como esconde-esconde, cabra-cega, amarelinha. Outras possibilidades são passeios de bicicleta, jogar bola, criar brinquedos a partir de sucata. Não há carinho tão sincero na vida das crianças quanto aquele vivido em família. São também muito legais as visitas a parques, as idas ao cinema e ao teatro. Se possível, tirem muitas fotos. Guardem recordações de cada um dos momentos vividos. Acima de tudo, caros pais, valorizem o encontro com seus filhos. Todos os momentos vividos são especiais porque permitem que vocês estejam juntos deles. O amor que existe entre vocês se torna ainda maior a cada novo dia compartilhado. O período de férias é a época do ano mais propícia ao estreitamento da união entre pais e filhos. Vivam esse período com grande intensidade. Isso será eternamente lembrado.

” João Luís Almeida Machado é editor do Portal Planeta Educação ( www.planetaeducacao.com .br), doutor em Educação e autor do livro “Na Sala de Aula com a Sétima Arte - Aprendendo com o Cinema”

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Sexta-feira, 23.04.10

Valores da vida em sociedade...

 
 

ImageÉ comum as crianças em idade pré-escolar não dominarem bem a arte de se relacionarem umas com as outras. Batem como forma de retaliação, chamam nomes, não pedem desculpa, têm dificuldades em esperar pela sua vez, não gostam de perder, enfim...

Nestas idades, as crianças estão ainda a aprender a equilibrar as situações e as emoções, a prever os resultados e a perceber as consequências das suas atitudes.

Estão a adquirir competências importantes como estar atento às necessidades dos outros, partilhar e resolver conflitos. Desde que os adultos lhes expliquem e demonstrem a importância da sã convivência.

Esta é a fase ideal, portanto, para as crianças descobrirem - e começarem a pôr em prática - os valores da vida em sociedade.

Seja paciente com o seu filho enquanto ele aprende a importância de pedir desculpa e de se preocupar com os sentimentos dos outros, mas não perca nenhuma boa oportunidade para lhe mostrar como é importante saber relacionar-se com as outras pessoas.

A receita para tudo isto funcionar na perfeição nem sempre é fácil de seguir, mas não custa tentar: paciência, firmeza, auto-controlo. A seu tempo, as crianças aprendem a controlar a agressividade, mas precisam disso mesmo, de tempo. Você precisa de ter paciência.

 

in "Pais e Filhos"

06 Agosto 2007 

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Segunda-feira, 05.04.10

"Um dia, num mundo mais amigo das crianças, todas as escolas serão jardins-de-infância!"-EDUARDO SÁ



 Para Pais (com filhos no jardim de Infância) e Educadores


1. "Proibido insultar o jardim-de-infância chamando-lhe "escolinha". Em primeiro lugar, porque é uma escola. Em segundo, porque todas as escolas ganhavam se ligassem Brincar com aprender.

2. É proibido que os pais imaginem que o jardim-de-infância serve para aprender a ler e contar. Ele é útil para aprender a descobrir os sentimentos. Para aprender a imaginar e a fantasiar. Para aprender com o corpo, com a música e com a pintura. E para brincar. Uma criança que não brinque deve preocupar mais os pais do que se ela fizer uma ou outra birra, pela manhã ao chegar.

3. O jardim-de-infância assusta as crianças sempre que os pais - como quem sossega nelas os medos deles por mais um dia de jardim-de-infância - lhes repetem: " Hoje vai correr tudo bem!"

4. Os pais estão proibidos de despedir-se muitas vezes das crianças, ao chegarem todos os dias. E é bom que se decidam: ou ficam contentes por elas correrem para os amigos ou ficam contentes por elas se agarrarem ao pescoço deles, com se estivessem prestes a ser abandonadas para sempre.

5. É proibido que as crianças vão dia-sim dia-não ao jardim-de-infância. E que vão, simplesmente, quando os seus caprichos infantis vão de férias. E que não vão " só porque sim". O jardim-de-infância não é um trabalho para os mais pequenos. É uma bela oportunidade para os pais não se esquecerem que se pode amar o conhecimento, namorar com a vida, nunca ser feliz sozinho e brincar, ao mesmo tempo.

6. No jardim-de-infância não é obrigatório comer até à última colher; nem dormir todos os dias. E não é nada mau que uma criança se baralhe e chame pai/mãe ao educador/a (ou vice-versa).

7. Os pais estão obrigados a estar a horas quando se trata duma criança regressar a casa. Prometer e faltar devia dar direito a que os pais fossem sujeitos classificados como tendo necessidades educativas especiais.

8. Os pais não podem exigir aos filhos relatórios de cada dia de jardim-de-infância. Mas estão autorizados a ficar preocupados se as crianças forem ficando mais resmungonas, mais tristonhas ou, até, mais aflitas, sempre que regressam de lá. E estão, ainda, autorizados a proibir que o jardim-de-infância só se abra para eles durante as festas.

9. O jardim-de-infância é uma escola de pais. E um lugar onde os educadores são educados pelas crianças. Um lugar onde todos se educam uns aos outros não é uma escola como as outras. É um jardim-de-infância.

10. Um dia, num mundo mais amigo das crianças, todas as escolas serão jardins-de-infância!"


Por Eduardo Sá (Psicólogo)

sinto-me:
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Segunda-feira, 15.03.10

Mas afinal...Quem manda lá em casa?????

Armanda Zenhas Mestre em Educação, área de especialização em Formação Psicológica de Professores, pela Universidade do Minho. É licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, nas variantes de Estudos Portugueses e Ingleses e de Estudos Ingleses e Alemães, e concluiu o curso do Magistério Primário (Porto). É PQND do 3.º grupo da Escola EB 2,3 de Leça da Palmeira e autora de livros na área da educação. É também mãe de dois filhos e escreveu este artigo deveras pertinente que todos os pais deveriam ler.

Quem manda lá em casa?
Armanda Zenhas 2010-02-10

Há décadas atrás, poder-se-ia responder à pergunta "Quem manda lá em casa?" com o provérbio "Quem dá o pão, dá o pau." Achava-se então que umas valentes palmadas ou até o cinto eram indispensáveis para haver disciplina. Hoje em dia os castigos corporais são muito criticados e até condenados. No entanto a questão mantém-se pertinente: "Quem manda lá em casa?".
É comum ouvir-se dizer que hoje as crianças e os jovens não obedecem a ninguém e não têm regras. Se assim é, estaremos no pólo oposto ao tempo do "pão" e do "pau", em que eles não tinham voz e tinham que obedecer cegamente. O que acontece é que há diversas formas de educar e nem todas as famílias são iguais. Poderemos distinguir basicamente três estilos de educação pelos pais, tendo em conta a relação educativa, a comunicação, o afecto e o controlo. Cada estilo acarreta diferentes consequências para o desenvolvimento dos filhos.
 

 
Estilo autoritário 
Os pais impõem as regras de forma rígida e não negociada e exigem uma obediência total. Se os filhos não obedecem, são punidos, podendo os castigos ser físicos. São frequentes as ameaças (Ex.: Se não arrumas o quarto depressa, tiro-te... apanhas...não tens festa de anos.") e afirmações depreciativas (Ex.: "És teimoso como uma porta.", "Não prestas mesmo para nada, nem isto sabes fazer direito."). A comunicação é deficitária, pois as crianças e os jovens sentem-se intimidados face aos pais, não os considerando acessíveis para com eles trocarem ideias, esclarecerem dúvidas ou manifestarem preocupações. Na verdade, os pais agem de acordo com as suas próprias necessidades e não tendo em conta as dos filhos, usando de violência e arbitrariedade.
 
 
 
 
Estilo permissivo
Nestas famílias não há regras, embora possam existir relações afectivas positivas. Nestes casos os pais são "amigos" e consentem praticamente tudo. Muitos pensam conquistar desta forma o afecto dos filhos, outros fá-lo-ão porque o tempo em conjunto é tão pouco, que não o querem "estragar" com "discussões" que sempre surgem quando se pretende fazer valer uma regra não do agrado dos mais novos.
Uma variante deste estilo são os pais negligentes, que também não definem regras, mas, por acréscimo, mantêm com as crianças e os jovens uma comunicação e relações afectivas muito deficitárias. Trata-se de famílias em que os filhos vivem entregues a si próprios, muitas vezes até ao nível da satisfação das necessidades mais básicas.
 

Estilo democrático
Nestas famílias existem regras, mas são explicadas aos filhos e, muitas vezes, objecto de negociação. Os mais novos são responsabilizados pelo cumprimento das normas e são estabelecidas consequências para o seu cumprimento ou para o seu incumprimento. Há uma comunicação positiva, que permite a negociação das normas a seguir e que encoraja a partilha de ideias e a expressão de dúvidas, de receios e de sentimentos.

 
 
As crianças provenientes de famílias autoritárias tendem a tornar-se mais inseguras, a ter baixa auto-estima, a serem mais agressivas e a terem mais dificuldade a nível da responsabilidade e do comportamento sociais.

As crianças oriundas de famílias permissivas tornam-se também pouco autónomas, pouco assertivas e com dificuldade em assumir responsabilidades sociais, sendo a situação mais grave quando provêm de famílias negligentes. Entre outras consequências negativas, podem surgir as seguintes: indisciplina na escola, por falta de hábito de obediência a regras, e baixa tolerância à frustração. Com efeito, as crianças crescem com todos os seus desejos satisfeitos, sem nunca ouvirem um "não".

As crianças que crescem em famílias democráticas são as que encontram condições mais favoráveis a um desenvolvimento emocional e comportamental saudável. Conseguem resistir melhor a experiências negativas e adaptar-se com mais facilidade às situações e às diferentes relações sociais.


Em jeito de conclusão, poder-se-ia dizer que afinal o provérbio inicialmente citado deveria sofrer uma transformação para se adequar a uma melhor educação: "Quem dá o pão, dá a razão." Para desenvolver "razão", é preciso crescer num ambiente estruturado, com regras, sendo estas explicadas e/ou negociadas, aprendendo-se gradualmente que a vida em sociedade assim o exige aos diferentes níveis; num ambiente com comunicação positiva e afecto. Assim se vão interiorizando e compreendendo as regras de participação cívica numa sociedade democrática. Assim se cresce sentindo-se amado e respeitado e aprendendo a amar e a respeitar.

Bibliografia:
Sprinthall, N. A., & Sprinthall, R. C. (1993). Psicologia educacional. Lisboa: McGraw-Hill.
 
 
Tomei conhecimento deste texto através do Educ@naWeb

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Segunda-feira, 22.02.10

A importância da sesta no Pré-Escolar

 


Sinais de ansiedade e estados depressivos estão relacionados com o abandono precoce do período diurno de sono, descobriram investigadores norte-americanos.

Todos os pais conhecem as consequências da falta da sesta: irritabilidade, birras, actividade fora do normal e até sonolência à hora do jantar. Agora, investigadores da Universidade da Pensilvânia, colocam a tónica de não forçar nenhuma criança que atinge os cinco anos a abandonar o descanso à tarde, sob pena de diminuir as suas funções psicossociais.

A equipa liderada por Brian Crosby analisou os hábitos de 62 crianças, 23 por cento das quais já não dormiam à tarde, e descobriu que estas apresentavam sinais acrescidos de ansiedade e estados depressivos. «Ainda é cedo para estabelecer uma relação directa entre a ausência da sesta e este tipo de comportamentos», afirma o cientista, para quem, no entanto, é já possível afirmar que «o sono diurno é importante para o ‘funcionamento’ quotidiano das crianças em idade pré-escolar».
Os cientistas recomendam que os pais contabilizam as horas totais de sono dos filhos e tentem perceber se o período da tarde lhes está a fazer ou não falta. E não hesitarem em a exigir junto das instituições escolares, se considerarem que a sesta é mesmo necessária.

Fonte: http://www.paisefilhos.pt/
sinto-me:
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