Não há nada como (no) antigamente…
Não há nada como (no) antigamente…
As birras insistem em fazer parte do dia-a-dia das crianças e de quem as educa. O que estará acontecer nas famílias onde parece que quem manda são os filhos? Assumem hoje os pais um modelo de referência na vida das crianças? De que forma os filhos se deixam influenciar pelas atitudes dos pais? Children see, Children do!
Poderia começar este texto dizendo “Em conversa com …”. Porém receei que pensassem que estavam a ler o texto da semana anterior. A verdade é que a conversar é que “a gente” se entende e percebi ao longo dos tempos que é a “minha gente” que me inspira. É nos outros que vamos buscar os maiores ensinamentos.
Este texto foi inspirado numa conversa com a minha avó, que me dizia (a resmungar, como sempre) que o “catraio” do meu primo mais novo não a respeita e dos sete netos que ela criou ao mesmo tempo (éramos muitos e terríveis) nenhum deles “abusava da língua” como ele abusa. A verdade é que lhe respondi “arrebitadamente” (já que de feitio saio a ela) porque é que não lhe dava uma “palmada” como fazia muitas vezes connosco (e muito bem). Calei a avozinha com uma pinta e ganhei um amuo desde dessa hora.
Fiquei a pensar porque carga de água até os avôs receiam “dar uma palmada na hora certa”.
Não pensem com isto que acho que bater nas criancinhas é a melhor solução. Contudo, acho que passamos do 8 ao 80 e entramos em tamanha permissividade que quem manda em casa são os filhos e não os pais.
Não tenho grandes respostas para dar no que diz respeito à melhor forma de educar as crianças. Porém, não tenho qualquer dúvida que dizer NÃO é essencial e que amar os filhos não significa deixá-los fazer tudo o que querem.
Educar de forma coerente é fundamental. É necessário existir um equilíbrio entre a atenção dada e as regras estabelecidas. E reforço que atenção não é sinónimo de brinquedos. Atenção é dedicar tempo a ouvir o que eles fizeram na escola, é enche-los de abraços (mesmo quando eles dizem que é uma seca), é não privar de dizer “gosto de ti”, é reforçar as características positivas dizendo “- Parabéns, tu deste o teu melhor!” e não “- Não serves para nada, nem foste convocado para o jogo de futebol esta semana”. Não se esqueçam pais, de não projectar os vossos sonhos nos filhos – Não é porque não consegui ser bailarina ou jogador da bola, que vou querer que o meu filho seja a todo o custo -.
É fundamental assumir uma NÃO do inicio ao fim, mesmo que isso custe uma vergonha num supermercado. As regras são fundamentais para viver em sociedade. Assumam-se como “Autoridade” e “Referência” sem recorrer ao “Jesus que manda trovoada para castigar” ou ao“- Policia que vem para te prender se continuas a gritar no meio do Shopping”. Acima de qualquer outra coisa, sejam modelos. Tudo aquilo que os pais são, os filhos sonham um dia ser.
Convido-vos assim a ver um vídeo que nos faz reflectir sobre a importância dos pais na vida das crianças…
http://daquepensar.com/2012/03/nao-ha-nada-como-no-antigamente/