Terça-feira, 05.07.11

Jogos que ajudam a aprender Matemática

 


Por Filomena Santos Silva, Psicóloga Educacional (www.psiinter.com) e professora na Escola Superior de Educadores de Infância Maria Ulrich

Todos sabemos que as crianças não ficam passivamente à espera de ter seis anos e um professor para aprender matemática; desde muito pequenas constroem os conceitos matemáticos a partir dos conhecimentos que já possuem, através das vivências do seu dia-a-dia, de experiências significativas que as conduzem a colocar hipóteses, a reflectir e a tirar conclusões

O jogo surge como um instrumento privilegiado na construção destes conceitos. Existem no mercado diversos materiais que foram concebidos com o objectivo de ajudar a criança a aceder à representação matemática; partindo da manipulação de material concreto, a criança tem oportunidade de explorar, compreender as relações em que se baseiam as actividades matemáticas e aceder à abstracção.
Outra das grandes vantagens é serem vivenciados pela criança como jogos, como actividades lúdicas, fontes de prazer. São recursos que os pais, os educadores e os professores têm à sua disposição e que, dado todo o seu potencial, devem ser encarados como um tesouro a que os mais pequenos devem ter acesso no seu processo de descoberta e aprendizagem da matemática.
Desses materiais, os mais divulgados são os Blocos Lógicos (aos quais Coisas de Criança já dedicou um artigo – nº 16, Fevereiro 2009), o Cuisenaire, o Calculador Multibásico, o Ábaco e o Geoplano.
Temos de ter presente a ideia de que os materiais favorecem mais a aprendizagem se derem resposta a objectivos educacionais concretos; cabe ao adulto organizar situações que potenciem a sua exploração e permitam o estabelecimento de relações.
Seja qual for o material, numa primeira abordagem a sua exploração deve ocorrer livremente, sem quaisquer instruções, para que a criança se familiarize com as suas propriedades, estrutura e organização. Só num segundo momento, o adulto deve questionar a criança e efectuar propostas de exploração que permitam atingir os objectivos estipulados.

ÁBACO
É um instrumento de cálculo, formado por uma moldura com um conjunto de arames paralelos dispostos no sentido horizontal ou vertical, correspondendo cada um a uma ordem: unidades, dezenas, centenas, unidades de milhar, dezenas de milhar, centena de milhar… Permite desenvolver o conceito de valor de posição de um número (unidade, dezena, centena…), facilitando a compreensão e a concretização das operações de adição e subtracção dos números naturais.
Com as crianças mais pequenas – ensino pré-escolar - o ábaco permite o acesso à representação de quantidades. Numa primeira fase a criança poderá compreender a noção de quantidade através da correspondência termo-a-termo entre o número de “bolas” que desloca da esquerda para a direita e o respectivo número que quer representar. No final do ensino pré-escolar e início do ensino básico é um instrumento óptimo para a criança compreender o valor posicional do qual depende o nosso sistema de numeração.
Imaginemos que as crianças pretendem representar a quantidade de lápis de cor que estão numa caixa: por cada lápis fazem deslocar uma bola da esquerda para a direita; quando chegam à quantidade 10, deslocam todas as bolas novamente para a esquerda e deslocam uma bola da segunda fila para a direita que representa 10 bolas da primeira fila. Recomeça-se a contar novamente na fila de cima e, mais uma vez, quando chegar a 10, avança-se mais uma bola na segunda fila, o que significa que já se contaram 20 lápis. Quando a segunda fila tiver 10 bolas, deslocam-se todas as bolas para a esquerda e coloca-se uma na terceira fila, das centenas, significando que já se contaram 100 lápis.
Para efectuar cálculos, o procedimento é semelhante, sendo mais fácil começar por usar dois ábacos: coloca-se o número de bolas respectivo a cada número em cada ábaco e depois junta-se as bolas em cada fila, da forma anteriormente descrita. São procedimentos lógicos e muito intuitivos que as crianças compreendem com facilidade.

CALCULADOR MULTIBÁSICO
É constituído por placas, com cinco orifícios cada uma, e peças de seis cores diferentes: amarelas, verdes, encarnadas, azuis, cor-de-rosa e lilás (das duas últimas cores apenas duas peças de cada). É similar ao ábaco, residindo a grande diferença no facto de neste se colocarem as peças sobrepostas, sendo estas amovíveis, o que facilita a visualização. As unidades colocam-se à direita e cada coluna da esquerda vale mais 10 vezes que a sua ordem imediatamente à direita.
Outra das vantagens do Calculador Multibásico é o acesso à representação das quantidades por algarismos, podendo a criança colocar em frente a cada coluna de peças o cartão com o algarismo que representa essa quantidade (o Ábaco vertical permite também este procedimento).
Inicialmente a criança pode apenas colocar as peças nos furos e representar a respectiva quantidade; poderá fazê-lo colocando à frente o respectivo algarismo ou pode-se sugerir que “copie” o desenho para uma folha. Poderá também efectuar cálculos, utilizando um procedimento semelhante ao do ábaco, começando por colocar as unidades no orifício mais à direita da placa.

GEOPLANO
Pode ser de vários tipos, sendo o mais comum o quadrado. É constituído por uma base onde se fixam “pregos”, a distâncias regulares, utilizando-se depois elásticos de cores para “desenhar”. Existem também Geoplanos com vários números de pregos, sendo os de 5x5 pregos os mais comuns no ensino pré-escolar.
É um recurso didáctico que permite desenvolver todo um conjunto de conceitos espaciais, permitindo o acesso à geometria através da manipulação; partindo do concreto, este material oferece um apoio à representação, levando à construção de conceitos abstractos. As crianças mais novas poderão trabalhar com as formas geométricas e com o conceito de simetria, podendo também desenhar de acordo com a sua criatividade (formas geométricas, casas, bonecos, a letra do seu nome, números…).
Numa segunda fase, as crianças poderão reproduzir a sua criação em papel (liso ou quadriculado), devendo existir junto ao Geoplano folhas de papel que contenham exactamente o mesmo número de pontos do que o Geoplano.
Outra estratégia para trabalhar com o Geoplano é fornecer modelos geométricos e de figuras que as crianças podem reproduzir com os elásticos de cores. Existem actualmente Geoplanos feitos em material transparente que permitem colocar a folha de papel com o modelo por baixo, facilitando assim o processo de reprodução do modelo em causa.
Todos estes materiais estão longe de se esgotar nestas propostas, sendo inclusive instrumentos muito adequados para desenvolver e aprofundar conceitos noutros graus de ensino. Por exemplo, pode usar-se o Calculador Multibásico para efectuar as quatro operações básicas ou o Geoplano para trabalhar áreas e perímetros. O importante é disponibilizar os materiais e proporcionar às crianças oportunidades para os utilizarem, facilitando o desenvolvimento de diversos conceitos matemáticos.

http://www.coisasdecrianca.com/artigos/detalhe.php?idArtigo=137

publicado por salinhadossonhos às 01:50 link do post | comentar | favorito
Sexta-feira, 01.07.11

Festa de Final de Ano

Este ano fomos...

Meninos de todas as cores

 

Era uma vez um menino branco, que vivia numa terra de meninos brancos.

E os meninos brancos diziam:

É bom ser branco

Porque é branco o açúcar, tão doce,

Porque e branco o leite, tão saboroso,

Porque é branca a neve, tão linda.

 

Mas certo dia o menino partiu numa grande viagem e chegou a uma terra onde todos os meninos são amarelos.

E os meninos amarelos diziam:

É bom ser amarelo

Porque é amarelo o Sol

E amarelo o girassol

Mais a areia da praia.

 

O menino branco meteu-se num barco para continuar a sua viagem e parou numa terra onde todos os meninos são pretos.

E os meninos pretos diziam:

É bom ser preto

Como a noite

Preto como as azeitonas

Preto como as estradas que nos levam

Por toda a parte.

 

O menino branco entrou depois num avião, que só parou numa terra onde todos os meninos são vermelhos.

E os meninos vermelhos diziam:

É bom ser vermelho

Da cor das fogueiras

Da cor das cerejas

Da cor do sangue bem encarnado.

 

O menino branco foi correndo mundo até uma terra onde todos os meninos são castanhos.

E os meninos castanhos diziam:

É bom ser castanho

Como a terra do chão

Os troncos das árvores

É tão bom ser castanho como o chocolate.

 

Quando o menino branco voltou á sua terra de meninos brancos, dizia:

 

É bom ser branco como o açúcar

Amarelo como o Sol

Preto como as estradas

Vermelhos como as fogueiras

Castanho da cor do chocolate.

E quando o menino branco voltou á escola, desenhava grandes rodas com meninos de todas as cores.

adaptação do poema de Luisa Ducla Soares

publicado por salinhadossonhos às 14:33 link do post | comentar | favorito

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