Terça-feira, 28.06.11

Piaget e o Movimento da Escola Moderna

 


Texto: Maria Emília Brederode Santos

Durante anos pedagogos e professores esforçaram-se por extrair consequências pedagógicas das teorias psicológicas de Piaget. O estudo do desenvolvimento da criança levado a cabo por Piaget parecia tão importante! Que se poderia retirar dele para que as crianças aprendessem melhor?

Mas Piaget o que estudava era o desenvolvimento de todas as crianças, as invariantes desse desenvolvimento, que, em larga medida, seria endógeno, exigindo apenas qualquer contexto social… que “lições” tirar para a escola?
Podemos acelerar esse desenvolvimento?, interrogaram-se alguns, o que logo seria afastado por Piaget: Essa é bem a questão americana! Mas acelerar o desenvolvimento para quê? Os gatos desenvolvem-se mais depressa do que as crianças mas não é por isso que chegam mais longe… Alguns pretenderam “ensinar” às crianças os “testes” de Piaget ao que este contrapunha: Que absurdo! É como usar um termómetro para curar uma doença!
Para outros tratava-se de deixar a criança crescer e “maturar” espontaneamente mas este era um caminho que levava ao agravamento das desigualdades sociais e ao aniquilamento de qualquer educação.
Finalmente, no início dos anos 70, começou-se a delinear a seguinte hipótese: a Psicologia de Piaget «apenas» servia para se compreender melhor o desenvolvimento da criança, não para nela assentar uma pedagogia. Seria à Epistemologia de Piaget, à sua Teoria do Conhecimento, que seria possível fazer apelo para fundamentar cientificamente aquilo que já existia e era já conhecido como “métodos activos” e “Escola Moderna”.
Conceitos e perspectivas como o desenvolvimento e a aprendizagem profunda, os factores endógenos e exógenos desse desenvolvimento, o papel dos pares na evolução da heteronomia para a autonomia, os esquemas mentais através dos quais o ser humano vê a realidade, a construção e evolução desses esquemas mentais pelo jogo da assimilação e da acomodação, o erro visto como resistência da realidade aos esquemas mentais do sujeito e desencadeador da sua actividade mental, da transformação dos seus esquemas mentais e portanto das aprendizagens… permitiam fundamentar uma pedagogia que partisse do estado cognitivo em que a criança se encontrasse e nele construísse as aprendizagens.
O papel da educação seria, assim, o de proporcionar situações que interpelassem a criança, que suscitassem um desequilíbrio (uma «discrepância cognitiva») entre os seus esquemas mentais e a realidade, que constituíssem verdadeiros problemas (acessíveis à sua compreensão mas não resolúveis pelas respostas de que já dispusesse) e conduzissem a interrogações (a «verdadeiras perguntas»), à procura activa de respostas. O papel da educação, o papel do professor/educador, seria, depois, ir orientando a procura de resposta da criança através de perguntas que seguissem o seu raciocínio (e aí, sim, podendo-se inspirar no «método clínico» de Piaget) e dando-lhe «dicas» para a estimular. O papel da educação nesta perspectiva construtivista da aprendizagem seria, pois, usando uma metáfora apropriada, o de ir proporcionando «andaimes» para a criança ir construindo o seu saber.

Construção do saber
Uma outra dimensão já existente em certos estudos de Piaget mas depois muito mais trabalhada por alguns dos seus seguidores mais ligados à Psicologia Social é a dimensão social, a importância dos colegas, dos «pares», na construção do saber.
Willem Doise e Anne Nelly Perret Clermond, entre outros, mostraram como o trabalho autónomo e conjunto de crianças com níveis de desenvolvimento próximo (para se poderem compreender) mas diferente (para existir um “desequilíbrio” cognitivo) tinha efeitos positivos na aprendizagem não só da criança de nível mais baixo mas também da criança de nível superior.
Tratou-se de mais uma confirmação da justeza das intuições de Freinet e outros proponentes do Movimento da Escola Moderna, que defendem que “aprende-se fazendo” o «learning by doing» de John Dewey), sendo que o “fazer” não se limita à actividade física e, inclui, necessariamente a actividade mental. Para isso Freinet desenvolve um sistema organizado em torno de três dimensões: a sala de aula organizada de forma cooperativa; o trabalho de projecto como forma de adquirir e construir conhecimentos; a produção dos seus próprios instrumentos de trabalho pelo professor e pela turma (por exemplo, o jornal escolar ou a correspondência inter-escolas). Outros valiosos contributos de Freinet serão abordados a propósito de outros temas.
Em Portugal, os métodos da Escola Activa, especialmente as técnicas Freinet, foram experimentados pela equipa de Maria Amália Borges de Medeiros (que incluía pedagogas e professoras como Rosalina Tainha, Isabel Pereira e Ana Mª Bénard da Costa e psicólogas como Graça Barahona Fernandes), primeiro clandestinamente, depois no Centro Helen Keller, onde também, pela primeira vez em Portugal, se integraram crianças cegas e amblíopes em turmas de ensino regular.
Sérgio Niza, a partir da escola da A-da-Beja, foi aprofundando, dinamizando e organizando este trabalho, criando o Movimento da Escola Moderna (MEM), formalizado juridicamente em 1976, que se tornou, de então para cá, provavelmente, no principal movimento pedagógico em Portugal com um papel relevantíssimo, designadamente na formação contínua de professores. Educadores como Ana Maria Vieira de Almeida ou José Pacheco, nos ensinos privado e público, partindo desta base, foram abrindo os seus próprios caminhos.

Links úteis
Movimento da Escola Moderna:
www.movimentoescolamoderna.pt/
Sobre Jean Piaget: www.infopedia.pt/$jean-piaget

http://www.coisasdecrianca.com/artigos/detalhe.php?idArtigo=145

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Sexta-feira, 24.06.11

S.João

Oioai vou comprar um manjerico

Oioai vou daqui pr'ó bailarico

Eu quero ir à rua ver o S.João

Comer um gelado, comprar um balão.

 

Oioai se quiseres anda comigo,

Oioai que eu também sou teu amigo

Vamos ver as ruas todas enfeitadas

Ver os cabeçudos e dar marteladas.

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Terça-feira, 21.06.11

Educação ambiental - Criar laços para o futuro



Por Dina Florêncio, Educadora de Infância

O Ambiente e a reciclagem têm sido temas muito abordados nos projectos pedagógicos das nossas instituições nos últimos anos, mas porquê? Será moda, ou de facto as consciências estão mais alertas para esta temática que é de facto fundamental?

O princípio 1 da declaração de Estocolmo escrito em 1972 diz-nos que: “O homem tem o direito à igualdade, à liberdade e a condições de vida satisfatórias, num ambiente cuja qualidade lhe permita viver com dignidade e bem – estar, cabendo-lhe o dever solene de proteger e melhorar o ambiente para as gerações vindouras.” As nossas crianças têm de facto um papel fundamental na preservação do ambiente e cabe-nos a nós Educadores, pais e professores levá-las a compreender a importância de uma correcta educação ambiental. Mais do que termos ecopontos nas instituições, mais do que fazermos brinquedos aproveitando material reciclado, mais do que ensinar-lhes que não se deve deitar lixo para o chão, devemos sim ser capazes de os fazer entender o porquê de todos estes hábitos.

A Educação Ambiental pode e deve começar muito cedo, quando ensinamos as cores às crianças podemos levá-las logo a conhecer os ecopontos e assim de uma forma lúdica fazê-las compreender a verdadeira finalidade dos mesmos. “Mas para onde vai todo este papel quando o ecoponto azul estiver cheio?” Esta é uma pergunta que muitas crianças do pré-escolar nos fazem, depois de há já um ano ou dois terem o hábito de colocar todo o papel naquele ecoponto, e é aqui que as nossas respostas e atitudes são fundamentais, pois é aqui que podemos e devemos explicar à criança que todo aquele “lixo” que andámos a acumular diariamente será recolhido e reaproveitado para a execução de novos materiais.

As crianças e os jovens, como cidadãos devem aprender a tomar decisões relativas ao ambiente e a estar conscientes relativamente à tomada de certas decisões políticas que podem ter consequências ambientais. Muitos colegas queixam-se às vezes de falta de verbas por parte das instituições para a execução de trabalhos, mas cabe-nos a nós adultos transmitir aos mais pequenos as potencialidades de materiais já usa¬dos, como as garrafas, o papel, as embalagens de plástico, entre outros. Sendo a escola um lugar privilegiado das aprendizagens, onde se devem adquirir valores e promover atitudes e comportamentos de cidadania, torna-se urgente uma intervenção eficaz, ao nível da Educação Ambiental.

http://www.coisasdecrianca.com/artigos/detalhe.php?idArtigo=154

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Sexta-feira, 17.06.11

Mosaicos

Esta semana estivemos a fazer mosaicos e descobrimos que o mosaico é fácil! Basta colar pequenos elementos um ao lado do outro, deixando um espaço entre eles. Usando restos de placa EVA recortados demos os primeiros passos nesta técnica, construindo lindos quadros. 

 

 

Objetivo do trabalho:Levar as crianças a desenvolver a motricidade fina, estética, combinação das cores e disposição dos materiais dentro de um campo espacial. Principalmente a inteligência lógica.

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Quarta-feira, 15.06.11

Anima com riso

Don't worry, be happy! :-D

 

 

A Anima Com Riso é uma associação, com sede em Braga, criada em 2009, que pretende explorar laços entre as pessoas, gerando proximidade, usando como instrumento o riso, através de actividades lúdicas, culturais e pedagógicas.

A sua principal missão é promover o gosto pelo optimismo, mantendo o foco no lado bom da vida. :-D

 


Não são bem produtos... São mais resultados. Aqui estão eles:
Risos, sorrisos, boa disposição, gargalhadas, ...

 

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Terça-feira, 14.06.11

Maria Ulrich

 


Por Palmira Simões

O modelo de formação de professores, preconizado pela ESEI Maria Ulrich, assenta numa ideia de educador que ultrapassa o domínio das técnicas

A raiz da escola, a herança de Maria Ulrich – sua fundadora em 1954 – pretende, sempre, propor um projecto de vida em que cada estudante se desenvolva pessoal e profissionalmente.

Como Maria Ulrich escreveu: “A nossa escola nunca se propôs, nem se propõe, formar técnicas – como infelizmente, por exigência de quadros são denominadas, por vezes as nossas educadoras. Ela pretende acima de tudo formar valores humanos (…) a transmitir, antes de mais à infância, tão receptiva, sempre! Mas também para além destas, às suas famílias e a toda a sociedade.”

A actualidade desta proposta de transformação do mundo, pela educação em valores – património cultural e pedagógico desta escola – funda-se na formação pessoal, científica, artística e técnica, actualizada e rigorosa, em que o constante contacto com os terrenos e problemáticas da educação, permite aferir e adequar saberes às realidades sociais contemporâneas.

Maria Ulrich valorizou a autonomia e o jogo como meios de aprendizagem essenciais. Em função disto, como se pode definir um dia-tipo numa sala orientada por uma educadora formada pela “Maria Ulrich”? Ana Levy Aires* responde:
A definição desse dia-tipo tem de ter em conta o contexto de trabalho desse educador: Quem são “estas” crianças? Que modos de pensar, sentir e agir partilham as suas famílias? Quais as suas necessidades de desenvolvimento? E, não menos importante, o que sabem e gostam de fazer “estas” crianças?

A partir destes e outros dados iniciais, há que organizar, equilibradamente, tempos em que brincadeira e interacção com os pares sejam enriquecidas com a possibilidade de novas experiências facilitadas pelo educador que deve ir acompanhando pequenos projectos de grupo ou individu¬ais e aprofundando o seu conhecimento sobre o grupo e cada criança.

Este dia-tipo tem que contemplar uma diversidade de materiais, experiências e recursos (e o educador e a sua relação com as crianças é o primeiro recurso educativo!) que promovam descobertas, aprendizagens, o gosto pelo desafio, sentimentos de competência e uma cultura de grupo em que todas as crianças se sintam parte integrante.

O educador privilegia materiais pouco estruturados (como os recolhidos e/ou observados na natureza), ou seja, materiais que não dão respostas à partida, permitindo à criança construir, resolver problemas, perguntar, responder e voltar a perguntar… O educador acompanha, conversa, escreve, recoloca com as crianças as questões e as respostas. Facilita meios para a socialização e sedimentação da experiência e para a tomada de consciência das suas implicações.

O jogo como meio de aprendizagem
Ainda segundo Ana Levy Aires, hoje e cada vez mais, é preciso saber pensar, interpretar e agir no mundo com outros. Falar, ler, escrever, fazer contas, são ferramentas conceptuais importantes se alicerçarem e expandirem o gosto de pensar, comunicar e ser socialmente responsável. É preciso ter em conta que uma aprendizagem efectiva destas competências não se constrói de um dia para o outro. Em educação os pro¬cessos são tão ou mais importantes do que os resultados e, sendo assim, estes nunca são imediatistas.

Mas, por outro lado, cada dia na vida da criança é irrepetível e o educador não pode deixar o tempo escoar-se, va¬zio – sem referências e sem esperança de novas aprendizagens. Como tal revela-se necessário animar o gosto pela aprendizagem, pelas novas responsabilidades, actuando com reconhecimento e apreço pelas crianças e as suas culturas.

As culturas das crianças não são apenas o meio social e cultural em que vivem. Há especifidades das suas cultu¬ras, como a ludicidade, em que a criança não só imita como (re)cria realidades (materiais e sociais) que precisam de encontrar tempo, espaço, materiais (e educadores) capazes de as desenvolver e integrar no estilo de acção educativa que considerarem ser a resposta mais adequada à “circunstância” das crianças e também ao seu próprio projecto profissional.

* Ana Levy Aires, Educadora de Infância, mestre em Antropologia; presidente do Conselho
de Direcção da ESEI Maria Ulrich; investigadora do Centro de Estudos de Etnologia Portuguesa – FCSH/UNL

http://www.coisasdecrianca.com/artigos/detalhe.php?idArtigo=154

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Sexta-feira, 10.06.11

Pintura Giratória

Quadro de Damien Hirst pintado em 1995

Imagem retirada de: http://artereferencia.blogspot.com/2010/08/perito-das-cores-damien-hirst.html

 

Hirst disse deste quadro que era "belo, intenso, gritante, subtil, a lembrar um gelado, excitante, delicioso, com cor-de-rosa ( e com laranja no centro)".

Este quadro foi feito vertendo tinta sobre uma tela giratória. O movimento rotativo empurrava a tinta para o extremo da tela criando um efeito riscad. Alguns criticos de arte consideraram que a pintura feita com esta técnica não era arte. De facto, deitar tinta e rodar a tela parece uma forma de pintar muito casual. Mas o resultado nem sempre é fruto do acaso. É o artista que escolhe as cores, e tem de saber como verter a tinta e quando parar. É ele que escolhe também o modo de apresentar o quadro. Hirst gosta de mostrar as suas telas a rodar, para serem vistas de todos os ângulos.

 

in "Tesouros de Arte", Rosie Dickins - edicare

 

Os nossos artistas tambem fizeram uma pintura num prato de papel utilizando esta técnica, e os resultados foram todos diferentes e surpreendentes...

 

 

 

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Quinta-feira, 09.06.11

Passeio Anual

Hoje é o dia do nosso passeio e vamos descobrir o...

Lugar dos Afectos - Aveiro
Era uma vez...
Andreia Fernandes Silva
  
Um parque dedicado às emoções, repleto de detalhes que exigem tempo. Um pretexto para fugir ao frenesim e à falta de diálogo do dia-a-dia.
  
A chegada a Eixo, uma freguesia a poucos quilómetros de Aveiro, faz-se por ruas sinuosas. Uma vez no Largo Nossa Senhora da Graça, entra-se num mundo repleto de emoções. É o Lugar dos Afectos, projecto de vida da médica e escritora Graça Gonçalves que, na casa dos avós teceu uma rede de partilha onde não faltam pretextos para que cada um “chegue ao coração de si próprio e dos outros.
  
Ainda do lado de fora consegue-se espreitar para o interior deste parque que é um lugar para todos, inspirado nas histórias e personagens criados para os livros e jogos publicados pela Editora Gostar.

Aberto o portão azul temos debaixo dos pés um caminho, a Alameda dos Sentimentos, também azul, mas que a nossa imaginação pode transformar, por momentos, no caminho que Dorothy percorre no filme O Feiticeiro de Oz.

Pode-se começar por espreitar a Casa Gostar, após passar a Ponte da Solidariedade. Depois é só partir à descoberta de um percurso que deve ser feito primeiro pelo lado esquerdo, o do coração.

Atente-se nos pormenores, nas palavras e nas letras que ajudam a desvendar o grande segredo do Lugar dos Afectos. Pelo caminho, procure-se a simbologia da lua, das estrelas e das flores.
  
A primeira casa a visitar é a cor-de-rosa, com o nome Prenda de Amor. É o local ideal para procurar o tempo de partilha, aquele que tanto escasseia na sociedade actual. Espaço de encontro e de reconciliação, com uma árvore cor-de-rosa no interior. Numa das salas, há frases inacabadas que exigem que cada um a complete e partilhe com os outros. E por detrás desta casa, esconde-se um Jardim de Aromas.

Segue-se a Casa Flor do Sentir, à esquerda, o lado do coração. No interior há rosas azuis que nascem de pedras. Esta casa mãe, grávida por dentro, trabalha os sentimentos e emoções. Num cantinho na parede, pode estar um contador de histórias. Nos jardins, nada está ao acaso.

E à porta da Casa do Sentir temos uma romãzeira, associada à fecundidade. Nas traseiras, há o jardim do Jogo de Afectos Gostarzinho, que até tem um vulcão. Será que pode explodir? No andar de baixo, de vez em quando ouve-se música ou há teatro de fantoches.
  
Uma quinta estação

Criadora de mundos e tecedeira de histórias, Graça Gonçalves inspirou-se na Natureza e nos sentimentos humanos e transformou-os em ingredientes para um mundo de afectos. Na casa Estações da Ternura começa-se pela fase das Estrelinhas no Regaço, seguem-se Bem me Quer, Flor da Idade e Amor Perfeito.

Ou então pode-se dizer que se começa na Primavera, vamos pelo Verão, Outono e Inverno até à Nova Primavera, um momento de renovação expresso na lua com pétalas perfumadas que se vê na parede exterior, desta casa. É a quinta estação. É aqui que se encontram em exposição outras criações de Graça Gonçalves: móveis, têxteis, joalharia e os vestidos de noiva. No Lugar dos Afectos para além de festas de aniversário, podem realizar-se casamentos.
  
Na verdade, aqui há também uma Casa do Romance que ao lado tem o recanto dos namorados. Ali só há uma porta para entrar, “tal como no amor”, explica Graça Gonçalves para quem para dele se sair “terá de ser pela janela”, com varandas em forma de pauta de música.

Seguindo o trajecto, espreita-se a Guarida da Esperança, um espaço ponteado de estrelas que tem no exterior janelas com vários nomes. Lá dentro pode encontrar-se o “acendedor de estrelas”, uma personagem que ajuda a recolocar a esperança. No exterior a relva tem a forma de coração, há um abrigo da amizade e até há uma caixa de beijinhos.

Todo o Lugar dos Afectos está plantado no Jardim das Emoções. E ali trabalham-se todas de acordo com as solicitações: seja das escolas, a pedido de famílias, pais ou associações. Qualquer um pode solicitar uma ajuda.

Graça Gonçalves salienta que este espaço já viu entrar todo o tipo de pessoas e de famílias. “Aqui não há preconceitos. Já vieram casais que estão muito bem, outros muito mal, grupos de jovens com problemas graves de comportamento, famílias alegres, turistas japoneses e pessoas muito sós”, explica. Por ali também alguns ficaram hospedados. E é “uma alegria ver que no final saem diferentes”, diz.
  
Sentimentos de verdade

Apesar do ambiente de fantasia, a mentora do Lugar dos Afectos sabe que ali se trabalham sensações muito concretas. Uma equipa de 20 pessoas assegura inúmeros momentos.

Há monitores que fazem visitas guiadas, contadores de histórias, formadores de actividades de escrita criativa, ioga, música, dança etc. Ao longo de todo o ano há novas actividades, adequadas à época e adaptadas às solicitações.

Trabalham-se as histórias editadas por Graça Gonçalves, recriam-se os jogos didácticos ou então procuram-se os Sabores da Ternura, no ateliê de culinária que tem uma cozinha com azulejos onde há saquinhos de chá, cada um com um sabor e receita.

São promovidos encontros com escritores, terapeutas, jornalistas ou médicos, para conversas informais. E até há um ateliê com a designação Quando o Amor não tem Rugas.
  
Em breve abrirá o Salão de Chá, Sabores da Harmonia, dentro da casa com o mesmo nome. A ideia é criar um espaço para a pausa, antes ou depois de uma visita. No interior há um pátio que tem no chão uma flor de lótus, símbolo do sol, da criação e do renascimento.

A visita, com uma duração aproximada de 1h30 começa com o acolhimento por uma personagem que faz a contextualização do espaço. O percurso é adaptado à faixa etária e à circunstância. Por todo o lado há pormenores a descobrir. A palavra Segredo tem sete letras, o número mágico que se repete na quantidade de casas deste lugar.
  

 

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PARABENS MAFALDA




Lindos e Fofos Cartões
www.cartooes.com


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Terça-feira, 07.06.11

Método João de Deus

 


Por Maria Filomena Caldeira, professora da ESE João de Deus e supervisora dos JE João de Deus

Na educação pré-escolar é importante não esquecer os elementos básicos para aprender a viver juntos: aprender a conhecer… aprender a fazer… e aprender a ser

Assume-se que o desenvolvimento da autonomia é o pilar fundamental no crescimento pessoal e social de cada criança e da sua inter-relação com os outros, de forma a serem capazes de enfrentarem quer os desafios do momento, quer todos aqueles que se lhes deparem numa sociedade em constante mudança.

Nos Jardins-Escolas João de Deus, entre as várias actividades vivenciadas, usam-se os materiais didácticos como um recurso a ser utilizado num processo que combina aprendizagem e formação. O educador é o elemento-chave na mudança, porque tem um papel primordial no ambiente que se vivencia na sala de aula. Ele serve-se dos materiais, como instrumentos, para motivar as actividades que se pretendem ricas e estimulantes, num processo de manipulação – acção e posteriormente da representação – conceptualização.

Os materiais didácticos são instrumentos para a aprendizagem, um meio através do qual a criança interage com o mundo exterior, com os adultos e com as outras crianças. O material ao ser observado, manipulado e explorado provoca o desenvolvimento e formação de determinadas capacidades, atitudes e destrezas, possibilita experiências e situações para aquela interacção e para que na primeira percepção a criança realize uma representação e em última instância chegue à conceptualização.

O método de leitura e escrita João de Deus apresenta as dificuldades da língua de uma forma gradual, numa progressão pedagógica que constitui um verdadeiro estudo da língua portuguesa. Assim, verificamos que desde a primeira lição a criança é convidada e estimulada a ser “analista da linguagem”, tendo um papel activo na descoberta de que a posição da letra na palavra determina o seu valor sonoro.

O método utiliza estratégias de leitura do tipo “bottom-up”, em sinergia com estratégias do tipo “top-down”, baseado na unidade global da palavra – considerando-a como a ferramenta linguística que permite o dinamismo verbal. A criança é levada a entrar num jogo, do qual vai aprendendo regras e vai evoluindo de uma forma construtiva. O processo inicia-se com a visão das letras, seguindo-se os sons correspondentes, a leitura de palavras e a pronunciação destas como entidades globais com significado próprio.

Este método acentua o aspecto da compreensão, salienta as funções da memória, da atenção e do processamento mental da informação durante a leitura. O objectivo dos Jardins-Escolas não se centra somente em ensinar o conhecimento feito e totalmente elaborado, pretende também capacitar o aluno, por meio de uma aprendizagem eficaz, de capacidades para poder ser um cidadão consciente, responsável e crítico.

A sua história

A Associação de Jardins-Escolas João de Deus foi fundada pelo mecenas Casimiro Freire, em 1882, sob o nome de Associação de Escolas Móveis pelo Método João de Deus. É uma Instituição Particular de Solidariedade Social – IPSS, dedicada à Educação e à Cultura. Em 1908, por proposta de João de Deus Ramos, filho do Poeta – Educador, passou a designar-se “Associação de Escolas Móveis pelo Método João de Deus, Bibliotecas Ambulantes e Jardins-Escolas”. Sentindo a necessidade de dar carácter mais amplo e perdurável à obra, funda em Coimbra, em 1911, o primeiro Jardim-Escola João de Deus.

Até 1953, data do seu falecimento, criou 11 Jardins-Escolas. Em 1920 iniciou-se o primeiro ano de formação de Educadores de Infância, mas só em 1943 seria fundado, com carácter sistemático, o primeiro Curso da Didáctica Pré-Primária. Em 1988, a Escola Superior de Educação João de Deus, passa a ministrar os Cursos de Educadores de Infância e de Professores do Ensino Básico (1º Ciclo). Presentemente, a Associação de Jardins-Escolas e a Escola Superior de Educação João de Deus têm ao seu serviço 973 pessoas, cuja actividade se reparte pela ESE e por 36 Jardins-Escolas, distribuídos pelo país.

Tem também um projecto pioneiro de duas Ludotecas itinerantes que estão a proporcionar actividades diárias de tempos livres a crianças e jovens de idades compreendidas entre os 3 e os 12 anos, oriundos de comunidades em situação de exclusão. Promover o direito a brincar, estimular a iniciativa e a criatividade, desenvolver competências e conhecimentos através do jogo, estimular os participantes para o prazer da leitura, acompanhar e colaborar na execução de tarefas escolares, favorecer um trabalho de interacção com as escolas da comunidade e outras instituições, despertar o espírito de tolerância e liderança desenvolvendo valores e atitudes, são alguns dos objectivos do projecto João de Deus.

http://www.coisasdecrianca.com/artigos/detalhe.php?idArtigo=155

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