Por Robert Fulghum

Tudo o que eu preciso mesmo saber sobre como viver, o que fazer e como se aprende, aprendi no jardim-de-infância. A sabedoria não estava no topo da montanha mais alta, no último ano do curso superior, mas no tanque de areia no pátio do Jardim de Infância. Vejam o que eu aprendi:
- Partilhar tudo;
- Jogar limpo;
- Não bater a ninguém;
- Voltar a pôr as coisas onde as encontrei;
- Limpar sempre o que sujo;
- Não pegar nas coisas que não são minhas;
- Pedir desculpa quando magoo alguém;
- Lavar as mãos antes de comer;
- As bolachinhas quentes e o leite frio são bons;
- Viver uma vida equilibrada;
- Aprender e pensar;
- Desenhar, pintar, cantar, jogar e trabalhar um pouco cada dia;
- Dormir a sesta todas as tardes;
- Quando sair para a rua, estar atenta ao movimento e dar a mão;
- Prestar atenção às coisas maravilhosas que há à minha volta;
E então lembra-te de uma das primeiras palavras que aprendeste, a maior de todas vê.
Tudo o que necessitas saber está ali, algures. A regra de ouro: o amor e a higiene básica. A ecologia e a política, a igualdade e a vida sã. Pega em qualquer destes princípios, tradu-los em termos adultos sofisticados e aplica-os à tua vida familiar ou ao teu trabalho, ao teu país ou ao teu mundo, e manter-se-á verdadeiro, claro e firme.
Pensa em quão melhor seria o mundo se todos – todo o mundo – comêssemos bolachinhas com leite todas as tardes e nos enroscássemos nas nossas mantas para dormir a sesta.
Ou se todos os governantes tivessem como política básica voltar sempre a pôr as coisas onde as encontraram e limpar tudo o que sujaram.
E também é verdade, quando sairmos para o mundo, é melhor dar as mãos e ficar juntos.
Desde que foi publicado pela primeira vez, há mais de quinze anos, este livro vem sendo reconhecido mundialmente como obra-prima- leve e simples como são as mais importantes conquistas do espírito humano. E é assim, como uma dádiva do espírito, que ele deve ser compreendido: uma dádiva de amor, delicadeza e da mais genuína e profunda sabedoria.