Segunda-feira, 20.08.12

Não gosto é do verão!


 

Não gosto é do verão!

Artigo por Eduardo Sá Sexta, 27 Julho 2012 na revista Pais & Filhos

O que custa nas férias é que a ideia de que «há mar e mar, há ir e voltar» não tem nada de bucólico. Sobretudo, quando o mar implica levar um guarda-sol, várias toalhas, o balde com a pá, o moinho de areia, a bóia, as braçadeiras e o colchão. Mais a geleira. Dois bronzeadores. E vários lanches.

O que custa nas férias não é o calor. É esta obrigação de abrir as cartas que se barricam nas gavetas. E de arrumar a secretária, a dispensa e a garagem. E ter de fazer contas para os impostos mesmo que o Estado faça de Tio Patinhas e nós, desejando ser os Irmãos Metralha, nos resignamos a ser... patos. E o regresso às aulas, com listas de livros que um dia hão-de ser gratuitos e que, no entretanto, sobem sempre um pouco mais que a inflação, para não incorrermos no vício de imaginar que a educação não custa a todos (mesmo que nos fique a ideia duma certa cartelização amiga dos manuais escolares). E as mochilas, os dossiês, os cadernos e os marcadores que fazem com que o Outono comece em Agosto.

O que custa nas férias é não podermos contrariar a ideia delas serem amigas do descanso. Mesmo quando temos de lidar com o lado-Gourmet dos nossos filhos. E ao contrário de tudo o que imaginámos - sempre que, entre suspiros, íamos riscando os dias que faltavam para elas - temos de acordar, logo de madrugada, com pequenos índios - aos saltos, na cama - com um apetite generoso pelo pequeno-almoço, e na companhia do Canal Panda, num tom mais ou menos esganiçado.

O que custa nas férias é que a ideia de que «há mar e mar, há ir e voltar» não tem nada de bucólico. Sobretudo, quando o mar implica levar um guarda-sol, várias toalhas, o balde com a pá, o moinho de areia, a bóia, as braçadeiras e o colchão. Mais a geleira. Dois bronzeadores. E vários lanches. Aliás, não há direito que, poucos minutos depois dos pais estenderem a toalha e espalharem o bronzeador, com requinte de massagista, haja uma lufada de ar fresco misturada com uma tempestade de areia, acompanhada por uma pisadela, uma bola que se perde ou uma birra que, como se fosse uma vuvuzela, fazem do lado pachorrento das férias uma miragem. Já não falando no trabalho para o bronze dos pais atropelado, em cada cinco minutos, pelas bolas de Berlim, a bolacha americana, mais o «quero fazer chichi!», o «já posso ir à água?» e o «falta muito para irmos embora?...» que fazem dum dia de praia um sossego à beira-mar uma miragem.

Quem disse que as filas do trânsito, o mau-humor dedicado dos chefes, as listas de compras no final do dia ou o furor de tutores de pais de alguns professores (que capricham nos trabalhos de casa como aperitivo para o jantar) fazem franjas com a nossa paciência? Quem disse que as férias actuam como uma lipoaspiração no nosso stress? E que temos direito a dias enfadonhos se até o calor vai férias e nos esturra a paciência?... Será que, ao menos, poderemos trautear uma música amena como, por exemplo: «Não gosto é do Verão!!!»?

Quem imaginou as férias como se fosse um SPA, a céu aberto, entre água de coco e melodias caribenhas, desengane-se. Aliás, não sei quem inventou que ser amigo do ambiente é fazer poços e piscinas. E jogar com raquetes e correr pela praia. E apanhar conchinhas, à beira-mar. E vir carregado com elas, para além da geleira, do guarda-sol e dos sacos com o lixo. E se nos poupamos a canseiras no ginásio todo o ano, porque é que não podemos ter pouca bateria em Agosto, enquanto trabalhamos para o bronze, e temos de fazer Pilates com 40º, de cada vez que nos baixamos trinta vezes, todas as manhãs, para juntar pedrinhas? Não é justo para os nossos escaldões! Porque é que não podemos ser amigos do ambiente e não deixamos as conchinhas e as pedrinhas sossegadas no seu habitat? E porque é que os nossos queridos pés têm de virar BTT enquanto exploramos a vida animal que se perde por entre as rochas? E quem nos garante que o buraco de ozono não se torna amigo das insolações e não encarniça a cabeça dos nossos anjinhos tornando-os campeões de beach wrestling, com a ajuda de toneladas de areia que estaciona, invariavelmente, em cima de nós?

O que custa nas férias é que nem aí nos transformarmos em pais-multibanco, com direito a «procure o multibanco mais próximo», a «tente mais tarde» ou a «excedeu o número de tentativas permitidas com o seu cartão». Porque nas férias nos sentimos obrigados a ser a D. Branca dos nossos filhos. De cada vez que nos distraímos com a semanada… os juros não param de se multiplica! Posso estar enganado, mas com a quantidade de jantares de despedida, mais os sorvetes ao fim da tarde, e o «vou sair, mas só como uma pizza» que se misturam com o barulho das ondas, há qualquer coisa no ar que me leva a supor que eles nos tomam como um paraíso fiscal, tal é a forma enxofrada com que reagem quando fazemos de Tribunal de Contas.

O que custa no Verão é não podermos tirar férias como pais. Férias repartidas, que seja. Com direito a subsídio de pais (já que 13º mês como pais temos nós todos os anos…). Mas o que não se entende é que, depois do primeiro dia de férias dos filhos, os pais suspirem, corram para as fotografias e reajam como se o Inverno, dentro deles, acabasse de chegar. Será do sol, eu sei, mas, às vezes, o coração dos pais parece uma incubadora do pecado original!

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Quarta-feira, 01.08.12

FÉRIAS

 

 

 

 

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Segunda-feira, 01.08.11

Boas Férias

Poema
Chegaram as férias
Vamos todos descansar
Depois de um ano
Passado a trabalhar
Uns vão para a praia
Para o campo outros vão
Mas seja onde for
Que boas que são

Com a minha família
Uns tempos vou passar
Mas em Setembro
À escola vou voltar

Aprender outras coisas
Que preciso saber
Para um dia na vida
Alguém poder ser

A todos desejo
Umas férias divertidas
Mas com muitos cuidados
Para que sejam bem vividas.


Imagens: Mundo Encantado

Virgínia Goretti - JI de Vila Verde - Marco de Canaveses
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Sexta-feira, 17.09.10

Recordações de Verão

Agora que o Verão acabou

Vamos ver o que restou?

Um monte de fotografias

Cada uma do seu lugar:

Uma ilha, o imenso mar,

Uma aldeia e um pinhal,

Tudo digno de admirar!

No velho saco de praia,

Ainda com restos de areia,

Uma concha ainda molhada,

Um balde, uma bola, uma pá

E uma bóia já furada!

E agora para acabar

Resta apenas lembrar:

Um Verão tão bem passado

Para sempre será recordado.

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publicado por salinhadossonhos às 07:03 link do post | comentar | favorito
Sexta-feira, 13.08.10

Férias em segurança

Os acidentes que envolvem crianças acontecem tendencialmente no primeiro dia de férias, enquanto as famílias se instalam nos locais que escolheram para passar uns dias ou no momento em chegam pela primeira vez à praia ou à piscina, alerta a Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI).


As conclusões são de um estudo realizado no Algarve durante os meses de Verão e servem de ponto de partida para o alerta da presidente da APSI. “Antes de tudo o mais, faça um reconhecimento ao sítio em que vai viver por uns dias”, avisa Sandra Nascimento, presidente da APSI. As férias por estarem muitas vezes associadas a deslocações da família para um outro local representam um risco acrescido para a ocorrência de acidentes. “Trata-se de um local desconhecido quer para adultos, quer para crianças. As famílias não estão conscientes dos riscos”, explica Sandra Nascimento. “Muitas vezes, os acidentes acontecem quando as famílias ainda se estão a instalar, fruto da curiosidade da criança que está ávida para explorar tudo o que seja novidade”, acrescenta.


“Há situações perfeitamente evitáveis e que acontecem quando os cuidadores se sentem mais libertos, em contexto de férias”, concorda Fernanda Manuela Costa, directora do serviço de Pediatria do Centro Hospitalar do Porto. “As crianças ficam mais desprotegidas e mais expostas ao risco”.


Recolha toda a informação possível antes de escolher o destino de férias. Faça uma avaliação prévia do destino de férias, propõe a APSI. Enumere as vantagens e desvantagens de cada local, de forma “a avaliar se, em função do risco de acidente, vale a pena ir”. Assim, quando decidir o local das férias, poderá prepara-se melhor e tomar cuidados suplementares que considerar necessários para minimizar os riscos.


Como fazer esta avaliação?
Se for para uma casa alugada, procure saber se tem piscina e/ou poços e, se tiverem, se estão protegidos; se a habitação tem mecanismos que dificultem o acesso ao exterior. Informe-se do que existe à volta do local. Se for para um hotel, informe-se sobre o funcionamento da piscina, designadamente o horário e quais a limitações efectivas das crianças à piscina. Nos dois casos, informe-se dos meios de socorro existentes na localidade, da existência de praias vigiadas e de locais que sejam oportunidades de brincadeira, espaços onde as crianças e os jovens possam estar entretidos e ocupados. Tente perceber se existem rios, cursos de água, estradas e linhas de comboio. Se tem crianças até aos três/quatro anos, informe-se sobre as varandas. Na hora de escolher o local de férias, deverá ponderar todos estes elementos.


À chegada deve fazer-se um reconhecimento, sendo este procedimento especialmente importante no caso haver crianças já mais velhas. “A partir de determinada altura, as crianças só não fazem o que não querem”, alerta Sandra Nascimento, para explicar a importância de se envolverem os miúdos desde sempre na aquisição de comportamentos defensivos.


Como fazer o reconhecimento do local à chegada?
Durante este reconhecimento, devem ser combinadas as regras de convivência e disciplina para as férias: horários; em que circunstâncias é que podem sair sozinhas (no caso das crianças mais velhas) ou se, simplesmente, nunca podem sair sozinhas. Tome atenção, se for para um meio rural, às máquinas agrícolas e aos produtos que podem causar intoxicações. Veja as piscinas e perceba de que forma é feito o acesso.


Na praia e na piscina, redobre os cuidados.
Controle e monitorize os movimentos das crianças quando brincam junto a uma piscina, que deverá ter sempre barreira físicas de protecção. Mesmo que os miúdos estejam a brincar fora de água, certifique-se que usam braçadeiras. Quando perto de piscinas ou perto do mar, os adultos devem estar sempre próximos e concentrados nas crianças. Garanta a escolha de uma praia vigiada e quando chegar explique sempre às crianças quem é o nadador-salvador, o que faz, e algumas das regras de segurança, como nadar sempre paralelo ao mar, nunca ir nadar sozinho e, se forem mais crescidos, que avisem sempre quando forem nadar. Se andar de barco, equipe sempre a criança com colete salva-vidas. Ainda na praia, evite as horas de maior calor, use chapéus de abas largas, não se esqueça do protector solar e dê a beber muita água às crianças.


Acresce à lista de alertas os acidentes rodoviários, que têm uma maior probabilidade de acontecer fruto do maior tráfego registado durante os meses de Verão. Sandra Nascimento lembra que nas viagens de carro as crianças não devem nunca ser transportadas ao colo. “A cada passageiro deve corresponder um lugar com cinto de segurança”, recorda a presidente da APSI, que lembra também a importância de acondicionar bem a bagagem. “A 45 quilómetros/hora qualquer objecto solto dentro de um carro é projectado com um peso vinte vezes maior”, esclarece. Opte por soluções seguras no transporte de bagagem, aconselha Sandra Nascimento. As caixas rígidas para colocar no tejadilho do carro podem ser uma boa solução.


Se vai viajar de carro:
Cada criança deve ocupar um lugar e as mais pequenas não devem nunca ser transportadas sem sistemas de retenção (cadeirinhas e bancos elevatórios). Acondicione bem a bagagem, cuidado com os volumes soltos dentro do carro. Evite fazer a viagem nos dias de maior tráfego e durante as horas de maior calor. Vá parando regularmente para que as crianças possam correr, descansar e beber água.


No Verão, as crianças e jovens brincam mais ao ar livre e envolvem-se mais actividades que podem originar acidentes, caso não sejam respeitadas algumas normas de segurança. A saber:
Quando andam de bicicleta, skate ou quando brincam num parque infantil, as crianças devem usar calçado adequado e que proporcione um bom apoio ao pé. Nestas circunstâncias, as crianças não devem usar chinelos, que por não assegurarem um bom apoio, aumentam o risco de queda. O uso de capacete é recomendado. Os pais devem ter atenção aos fios das roupas que podem provocar estrangulamentos. Atenção às camisolas com capuz que têm fios (são, aliás, proibidas), aos lenços, e a todos os outros fios que as crianças possam usar.

 

http://jn.sapo.pt/blogs/emletramiuda/archive/2010/08/01/acidentes-com-crian-231-as-acontecem-224-chegada-do-destino-de-f-233-rias.aspx

 

 

publicado por salinhadossonhos às 06:24 link do post | comentar | favorito

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