As cores e as formas

Durante o ano andamos a descobrir as cores e as formas geométricas….

 

Por isso, esta semana trabalhamos a história ELMER  

 

Alteramos o nome do elefante, que passou a chamar-se Tomás. 

 

 

 

 

 

 

 

  A história:    

 

Era uma vez uma manada de elefantes. Elefantes novos, elefantes velhos, elefantes altos, magros ou gordos. Elefantes assim, elefantes assado, todos diferentes, mas todos felizes e todos da mesma cor. Todos, quer dizer, menos o Tomás.   

 

O Tomás era diferente.  

 

O Tomás era aos quadrados.

 

O Tomás era amarelo e cor de laranja e encarnado e cor-de-rosa e roxo e azul e verde e preto e branco.

 

O Tomás não era cor de elefante.

 

Era o Tomás que mantinha os elefantes felizes. Às vezes era ele que pregava partidas aos outros elefantes, às vezes eram eles que lhe pregavam

 

partidas. Mas quando havia um sorriso, mesmo pequenino, normalmente era o Tomás que o tinha causado.  

 

Uma noite o Tomás não conseguia dormir; estava a pensar, e o pensamento que ele estava a pensar era que estava farto de ser diferente. “Quem é que já ouviu falar de um elefante aos quadrados”, pensou ele. “Não admira que se riam de mim.” De manhã, enquanto os outros ainda estavam meio a dormir, o

 

Tomás escapou-se muito de mansinho, sem ninguém dar por isso.  

 

Enquanto atravessava a floresta, o Tomás encontrou outros animais.Todos eles diziam: “Bom dia, Tomás.” E de cada vez o Tomás sorria e dizia: “Bom dia.”

 

Depois de muito andar, o Tomás encontrou aquilo que procurava – um grande arbusto. Um grande arbusto coberto de frutos cor de elefante. O Tomás agarrou-se ao arbusto, abanou-o e tornou a abaná-lo até os frutos terem caído todos ao chão.

 

Depois de o chão estar todo coberto de frutos, o Tomás deitou-se e rebolou-se para um lado e outro, uma vez e outra vez. Depois pegou em cachos de frutos e esfregou-se todo com eles, cobrindo-se com o sumo dos frutos, até não haver sinais de amarelo, nem cor de laranja, nem de encarnado, nem de cor-de-rosa, nem de roxo, nem de azul, nem de verde, nem de preto, nem de branco. Quando acabou, o Tomás estava parecido com outro elefante qualquer.  Depois o Tomás dirigiu-se de regresso à manada. De caminho voltou a passar pelos outros animais. Desta vez cada um deles disse-lhe: “Bom dia, elefante.” E o Tomás sorriu e disse: “Bom dia”, muito satisfeito por não ser reconhecido.

 

 Quando o Tomás se juntou aos outros elefantes, eles estavam todos muito quietos. Nenhum deles deu pelo Tomás enquanto ele se metia no meio da manada. 

 Passado um bocado o Tomás sentiu que havia qualquer coisa que não estava bem. Mas que seria? Olhou em volta: a mesma selva de sempre, o meu céu luminoso de sempre, a mesma nuvem escura que aparecia de tempos em tempos, e por fim os mesmos elefantes de sempre. O Tomás olhou para eles.  Os elefantes estavam absolutamente imóveis. O Tomás nunca os tinha visto tão sérios. Quanto mais olhava para os elefantes sérios, silenciosos, sossegados, soturnos, mais vontade tinha de rir. Por fim não conseguia aguentar mais. Levantou a tromba e berrou com quanta força tinha:

                                                      BUUU!

Com a surpresa, os elefantes deram um salto e caíram cada um para seu lado. “São Trombino nos valha!”, disseram eles, e depois viram o Tomás a rir perdidamente. “Tomás”, disseram eles. “Tem de ser o Tomás .” E depois os outros elefantes também se riram como nunca se tinham rido.

 Enquanto se estavam a rir a nuvem escura apareceu, e quando a chuva começou a cair em cima do Tomás  os quadrados começaram a aparecer outra vez. Os elefantes não paravam de rir enquanto o Tomás voltava às cores do costume. “Oh Tomás”, ofegou um velho elefante. “Já tens pregado boas partidas, mas esta foi melhor de todas. Não levaste muito a mostrar as tuas verdadeiras cores.”

 “Temos de comemorar este dia todos os anos”, disse outro. “Vai ser o dia do Tomás. Todos os elefantes vão ter de se pintar e o Tomás vai-se pintar de cor de elefante.” E é isto mesmo que os elefantes fazem. Num certo dia do ano, pintam-se todos e desfilam. Nesse dia, se vires um elefante com a cor vulgar de um elefante, já sabes que deve ser o Tomás.

 

 

 

MCKEE, D. (1997). Elmer (Tradução de J. Oliveira, 4ª edição). Lisboa: Caminho.

 

 

 

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publicado por salinhadossonhos às 22:20 link do post | comentar | favorito