Terça-feira, 07.12.10

Ter medo na infância

 Texto: Filomena Santos Silva, Psicóloga

É uma situação absolutamente normal em qualquer criança de idade pré-escolar. O que fazer para o enfrentar?

Existem medos reais que são importantes para a sobrevivência da criança (medo das alturas, medo de animais selvagens, de ladrões, etc.), e que devem ser encarados com naturalidade pois são medos protectores e que levam ao evitamento dos estímulos que os desencadeiam.

Mas a grande maioria dos medos infantis relaciona-se com situações que a criança não controla e que causam insegurança, tal como o medo do escuro, dos pesadelos, de ser abandonada, de ir ao dentista, pequenos animais, etc.

Um dos mais frequentes é o medo do escuro: a criança até aos 6 anos de idade tem um jogo simbólico intenso, onde a fronteira entre a realidade e a fantasia nem sempre é clara… neste contexto, os monstros surgidos nos sonhos, os barulhos no escuro ou as sombras do quarto transformam-se facilmente em ameaças terríveis e angustiantes.

Brinque com ela ao “quarto escuro” e faça “explorações nocturnas” por toda a casa com a ajuda de uma lanterna, mostrando como a casa é segura e ajudando assim a criança a enfrentar os seus medos. É desejável tornar as situações previsíveis, para que a criança possa controlar a ansiedade despoletada por situações novas: se ela vai a uma consulta médica ou ao dentista explique-lhe o que vai acontecer, contando sempre a verdade; não omita a existência de dor, antes explique-lhe que vai passar depressa e reforce o bom comportamento com algo positivo para a criança (por exemplo: “Vais ser um crescido na vacina e a seguir vamos lanchar ao café”).

Com o crescimento os medos vão diminuindo de intensidade, à medida que a criança adquire um maior autocontrolo. O papel dos pais e educadores é ajudar a criança a ultrapassá-los, promovendo a confrontação progressiva com os objectos fóbicos (ou seja, causadores do medo).

http://coisasdecrianca.com/#

publicado por salinhadossonhos às 06:33 link do post | comentar | favorito
Domingo, 05.12.10

"Natal: A Ditadura das Prendas"

A edição do dia 9 de Dezembro de 2009 do Correio da Manhã, no seu suplemento Domingo, foca a euforia que as crianças sentem nesta época natalícia, quando "a acção da publicidade se torna feroz" e os pais sentem imensas dificuldades em conseguir travar os desejos e exigências dos mais novos.

"Por vezes não é fácil fugir aos ímpetos consumistas. Mas é possivel fazê-lo deixando as crianças felizes. Siga alguns dos conselhos:
O mundo das outras crianças - quando eles dizem "só me deste um presente" ou pedem muitos presentes, diga que há muitos meninos que não recebem presentes nem sabem o que é um carrinho ou uma boneca. É importante mostrar que há meninos com vidas muito diferentes.

Importância do dinheiro - explique que o dinheiro não pode ser todo gasto em presentes, porque os pais também precisam do dinheiro para comprar comida e para eles andarem na escola, se vestirem e calçarem.

Tempo de espera - é importante não dar resposta imediata a todos os desejos das crianças. Elas, muitas vezes, pedem coisas só por pedir e, por isso, é importante esperarem para que se perceba se é mesmo isso que querem.

Contexto global - Os pais devem passar a ideia de que não estamos sozinhos no Mundo e que estamos inseridos num contexto social: há desemprego, pobreza.

Diga "não" - saiba dizer "não" quando é necessário e explique porquê. Mas faça sempre valer a sua decisão.

Repartir - Os pais devem pedir às crianças que escolham um brinquedo de entre os presentes que receberam (ou dos que já não usam) para dar às crianças desfavorecidas. Implicar prescindir de algo, e isso vai fazê-los pensar no acto.

Educação financeira - é importante que desde cedo os pais eduquem financeiramente os filhos, explicando a necessidade de gestão e de poupança.
Auto-estima elevada - se os pais tiverem suficiente auto-estima e afecto não precisarão de recorrer ao consumo como compensação.

Premiar pela ausência - os pais não devem usar o consumo como prémio ou como substituto da sua ausência.

Actividades gratuitas - como alternativa ao consumo, os pais devem cultivar e estimular nos filhos interesses e actividades gratuitas (por exemplo a leitura).

Uma só prenda - os pais dem dar apenas um presente, os avós outro e os tios outro. As crianças sabem assim quem deu e valorizam a prenda.

Organização financeira - o ideal é fazer uma lista de compras, para evitar o impulso da compra no local."

Sofia Nunes da Silva, Psicóloga Clínica da Unidade de Saúde Mental Infantil e Juvenil do Serviço de Pediatria do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, alerta:
"É importante que os filhos cresçam com a noção das dificuldades. Uma criança que cresce a achar que pode ter sempre tudo o que quer cresce sem limites e com uma sensação de omnipotência. E quando uma criança não tem limites também se sente insegura noutras situações, naquelas que o dinheiro não compra. Cresce sem resistência à frustração.(...) É importante que a magia da época de Natal não se resuma à quantidade de presentes mas à partilha entre a família e ao encontro entre todos."
publicado por salinhadossonhos às 15:57 link do post | comentar | favorito
Sexta-feira, 03.12.10

Número 2

Dois são os meus olhos,

e servem para ver.

duas as orelhas,

e são para ouvir,

com as duas mãos

eu posso tocar

e com os meus dois pés

eu posso fugir.

 

in: Revista:"Educadores de Infância"

tags:
publicado por salinhadossonhos às 06:30 link do post | comentar | favorito

mais sobre mim

pesquisar

 

Dezembro 2010

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
11
12
13
15
16
18
20
23
26
27
29
30

últ. comentários

mais comentados

tags

todas as tags

subscrever feeds

blogs SAPO


Universidade de Aveiro